SOBRE O PROHPOR
Rosa Virgínia Mattos e Silva
“(...) o trabalho coletivo em grupo é interenriquecedor, não só por desenvolver uma solidariedade exigente, mas, sobretudo, por permitir o intercâmbio fraterno entre os saberes de cada um (...)”
Um pouco de História do Prohpor se registra aqui: o manuscrito de Rosa Virgínia Mattos e Silva, escrito no Natal de 1990. Mais abaixo, um pequeno histórico do Grupo.
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FUNDAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DO GRUPO
O núcleo inicial do PROHPOR foi constituído em 1990 por quatro docentes do Departamento de Letras Vernáculas do Instituto de Letras da UFBA: Rosa Virgínia Mattos e Silva, Maria do Socorro Sepúlveda Netto, mestranda à época, estudando a variação ser/estar, no português arcaico; Therezinha Maria de Mello Barreto, também mestranda à época, estudando conjunções no período arcaico, e Sônia Bastos Borba Costa, com dissertação defendida sobre a categoria aspecto, em corpus do projeto NURC, mas já cativada pelo estudo de adverbiais na história do português.
Em 1991, se integraram ao grupo quatro docentes do Departamento de Letras e Artes da UEFS: Ilza Ribeiro, que se doutorava na UNICAMP, sob a orientação de Charlotte Galves, investigando a ordem dos constituintes e o efeito V2 no português arcaico; Tânia Lobo e Dante Lucchesi, com Mestrado em curso na Universidade de Lisboa, sob a orientação de Luís Filipe Lindley Cintra e, com seu falecimento, passando a ser orientados por Rosa Virgínia Mattos e Silva, investigando Tânia Lobo a sintaxe dos clíticos na história do português e Dante Lucchesi, a teoria da mudança linguística no século XX e, finalmente, Sílvia Rita Olinda, com Mestrado já concluído, também sob orientação de Rosa Virgínia Mattos e Silva, sobre os conectivos pois/ca no português arcaico.
Ainda em 1991, já com o nome PROHPOR (por sugestão feliz de Dante Lucchesi), o grupo dos oito pesquisadores se apresentou ao CNPq, com uma plataforma geral de investigação e com projetos individuais, para solicitação de Auxílio Integrado. Desde então, o PROHPOR está registrado na plataforma dos grupos de pesquisa do CNPq. O seu objetivo central foi e permanece sendo o estudo da constituição histórica da língua portuguesa, desde o período arcaico, infletindo, a partir do século XVI, para a investigação do português brasileiro.
Embora cada pesquisador tenha sempre tido o seu próprio projeto de pesquisa, exigência indispensável para manter o perfil individual de cada um, decidiu-se, em 1992, para melhor integração do grupo, por fazer um trabalho coletivo inicial, elegendo-se como texto-base a Carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal por ocasião do descobrimento do Brasil. Desse projeto, resultou a primeira coletânea do PROHPOR, intitulada A Carta de Caminha: testemunho linguístico de 1500 (1996). Desde então, a produção científica do grupo vem sendo sistematicamente divulgada em coletâneas organizadas por seus pesquisadores.
Em 1997, por iniciativa de Ataliba Teixeira de Castilho e dentro de uma efervescente conjuntura acadêmica de renovação dos estudos histórico-diacrônicos, tanto no plano internacional, quanto no plano nacional, realizou-se na USP o I Seminário para a História do Português Brasileiro, cujo principal fruto foi a proposição do Projeto Nacional Para a História do Português Brasileiro (PHPB). Com equipes regionais formadas ou em formação, definiu o PHPB como áreas de atuação: a) a constituição de corpora diacrônicos de documentos de vária natureza, escritos no Brasil, a partir do século XVI; b) o estudo de mudanças linguísticas depreendidas na análise dos corpora organizados e c) a reconstrução da história social linguística do Brasil. O PROHPOR foi um dos grupos fundadores do PHPB.
O PROHPOR HOJE
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Após o falecimento, em julho de 2012, da Professora Rosa Virgínia Mattos e Silva, a Professora Sônia Bastos Borba Costa assumiu a coordenação do grupo, tendo realizado, em maio de 2013, o I Seminário Interno do PROHPOR, do qual participaram os seus 89 integrantes à época. Nesse Seminário, o Professor Américo Machado Filho anunciou o seu afastamento formal, visto ter fundado um novo grupo de pesquisa, o NÊMESIS, voltado especificamente para o estudo do léxico da língua portuguesa em perspectiva histórica.
Decorrido um ano de reformulações feitas sob a coordenação interina da Professora Sônia Bastos Borba Costa, a gestão acadêmica do PROHPOR, desde março de 2014, passou a estar a cargo de um Colegiado de pesquisadores, ficando a coordenação geral do grupo sob a responsabilidade do Professor Alan N. Baxter. O programa foi reestruturado para dar conta da complexidade dos interesses dos pesquisadores, que hoje se dividem em efetivos, colaboradores e temporários (estudantes de graduação e pós-graduação) e organizam-se em cinco subprogramas de investigação: